A semana de 1968 que aconteceu nos dias 28 a 30 de maio foi lembrada pela faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte com seguinte tema: 1968 o sonho acabau? O inicio das palestras foi marcada com a presença da assistente social, Gilse Cosenza grande personagem da luta contra a ditadura da década de 60.
Na oportunidade Gilse destacou o olhar feminino sobre a luta política álem de comover os participantes com a triste história que marcou sua vida. A luta política contra a ditadura militar começou ainda na faculdade, na época, ainda estudante a assistente social e seus companheiros lutavam por mudanças básicas nas estruturas do curso e nas normas de comportamento rígidas,na PUC Minas, além de já defender causas femininas.
Com o agravamento de todo tipo de privação, repressão e o golpe em 64, surgiu a necessidade de encarar lutas mais serias a serem travadas além do âmbito estudantil e da ascensão feminina. Com o passar do tempo foi ficando cada vez mais complicado a sobrevivência em meio a repressão vivida pelos estudantes em Belo Horizonte que resolveram fugir para não causar maiores problemas com a família. Foi então que Gilse se viu obrigada a mudar de nome, começou e não parou mais por um longo período se transformou em Márcia, caiu na clandestinidade, depois Léia, Júlia, Lia, virou Cecília...enfim, longo tempo de fora da capital mineira
Ela conta que em junho de 68 foi presa e descreveu com detalhes as torturas físicas que sofreu diariamente; espancamentos, “pau-de-arara”, “latinha”, “choques elétricos na vagina, e estupro. Além da pressão psicológica que os militares criaram quando diziam ter capturado Juliana, filha com 4 meses de vida, na época., segundo ela, a pior tortura que sofreu.
Depois de um tempo foi transferida para Juiz de Fora, onde seria julgada e absolvida Liberta. Após esse período foi para São Paulo como Léia; mais tarde foi para o interior como Júlia e o nome de Cecília foi quando partiu para o Ceará e lutar pela anistia. Lá permaneceu até o fim da ditadura, quando enfim revelou o nome verdadeiro a filha
Para o estudante de Publicidade Carlos Augusto sem dúvida é um exemplo de coragem e perseverança, é uma historia muito bonita finalizou o aluno. A assistente social acredita que tudo valeu a pena pois a ditadura acabou, “agora mesmo nós estamos tratando de assuntos de interesse público aqui e não tem nenhum camburão parado ali na porta nos esperando”, enfatizou.
Mesmo com o fim da ditadura, Gilse acredita que o sonho não acabou e que muita coisa há de ser feita.
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sábado, 7 de junho de 2008
Assistente Social revela Historia de Heróina na era da ditadura
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